sexta-feira, 10 de julho de 2009

FORMANDO CRIANÇAS PRODUTORAS DE TEXTOS: O TEXTO JORNALÍSTICO NA ESCOLA

I – INTRODUÇÃO

A questão da leitura no Brasil: “brasileiros lêem pouco” ou “brasileiros lêem mal”, está ultrapassando as paredes da escola, saindo dos limites das discussões de educadores e começa a aflorar a mídia e a tornando-se preocupação de outros profissionais enunciando sinais de que a situação está chegando ao limite do tolerável e não pode mais ser ignorada.
O fato é que em nosso País, somos extremamente desiguais em relação ao acesso à escrita. Entretanto, não temos ido além da busca de “culpados” e a interpretação do problema sem as quais é impossível encontrar suas causas e, consequentemente suas soluções, acabam por ficarem esquecidos.
A língua escrita é uma barreira que exclui muitas pessoas. Esse fato aumenta ainda mais a responsabilidade da escola em formar leitores, ou seja, a escola deve formar um leitor-cidadão, que pelo domínio da leitura, continuará aprendendo por si mesmo, independentemente do professor, saberá utilizar a língua escrita para se fazer ouvir em várias situações de vida; terá capacidade para se situar criticamente em frente às propagandas em qualquer tipo de mídia.
“A leitura é essencial para não continuarmos no silêncio ao que por vezes somos reduzidos”. (Kleiman – IEL/UNICAMP)
A escola tem que dar ao aluno a instrumentalização para que ele continue aprendendo autonomamente, no seu ritmo, a partir dos seus interesses, lendo aquilo que precisa. Isso é difícil, porque a escola trabalha com programas e currículos voltados a um aluno “médio”. Trazer os interesses individuais é impossível, se pensarmos apenas em termos de currículos escolares, de programas que têm que ser cumpridos, sem nos importarmos se o aluno entendeu, se ele leu ou não leu. Por exemplo, o programa exige que, no ensino fundamental, o aluno leia alguns clássicos literários, no entanto nos deparamos com um ou outro aluno que não está sequer alfabetizado. Então, nesse caso, vamos continuar com o nosso programa de leitura dos clássicos ou vamos alfabetizar e ler para os alunos, a fim de motivá-los para a leitura? Por isso que a leitura é essencial. Uma vez ensinado a habilidade instrumental da leitura para os alunos, eles terão a possibilidade de continuar aprendendo, de acordo com seus próprios objetivos, interesses e ritmos de aprendizagem.
Causa espanto o porquê de um aluno não entender a palavra escrita, já que ele entende tão bem a oralidade, percebendo e fazendo relações significativas quando assiste a novelas, quando conversa com os pais ou com os amigos. Ele é capaz de tecer relações entre diversos assuntos, mas é absolutamente incapaz de fazer isso quando a linguagem está impressa, ou seja, escrita. Ele consegue fazer inferências sobre seu mundo a partir do que lê sabe, mas quando se trata de fazer inferências com bases em pistas lingüísticas que estão escritas, não consegue fazer nenhuma, ele não compreende.
O aluno é capaz de relacionar, inferir, fazer analogias na fala, mas com a escrita isso não ocorre. Por que isso? Essa é uma questão central para todos os educadores, porque todos trabalham com a escrita nas suas disciplinas. Em toda atividade lingüística, nós procuramos sentido no que o outro está falando ou naquilo que ele está querendo fazer, porém quando se trata de língua escrita, o aluno não tenta entender o que o autor está querendo dizer, fica como se a procura de sentido não fosse relevante.
A leitura tem sido considerada uma atividade cognitiva por excelência. Isto porque ela envolve os processos mentais para inferir, para usar conhecimentos com o objetivo de entender, para perceber elementos em jogo numa situação e assim sucessivamente. Do ponto de vista cognitivo, a leitura exige que todas as competências, que todas as capacidades sejam acionadas para a compreensão de um texto. O aluno precisa utilizar o raciocínio dedutivo para ler nas entrelinhas. Ele precisa utilizar o raciocínio indutivo para predizer, para antecipar o que será dito. Ele precisa fazer relações. Todas são capacidades que um leitor aciona quando está lendo.
Para além das questões de ordem cognitiva, a leitura tem que ser pensada como uma prática social, porque ensinar a ler e a escrever é um processo de inserção do aluno nas práticas de uso da escrita – leitura e produção de textos valorizados pela sociedade. Então, ensinar os alunos a aprender a ler e a escrever é inseri-los nas práticas culturais que são legitimadas pela sociedade. Portanto, a leitura é um processo social, é uma prática sociocultural que envolve questões de natureza social. E para participar de uma prática social, temos que saber como é que funcionam os textos na sociedade, como é que as instituições trabalham com os diferentes tipos de textos. Não apenas os textos didáticos, mas também os textos da repartição pública, da igreja, da casa, os textos do cotidiano, da mídia, das instituições científicas, jornalísticas, enfim, de todas as instituições, que têm suas práticas sociais e as suas maneiras diferentes de organizar suas escritas, de produzir e de fazer circular textos.
O currículo escolar deve fornecer ao aluno espaço para que ele entenda o mundo de forma não-fragmentada e isso pode ser conseguido por meio de projetos interdisciplinares e transversais que atravessam as diversas disciplinas e que, ao mesmo tempo em que rompem à fragmentação, mantêm os limites do conjunto de conhecimentos que têm por objeto o conhecimento científico (epistemiologia) de cada disciplina.
É muito difícil pensar em projetos dessa natureza levando em consideração apenas o livro didático. Quando trabalhamos somente com o livro didático, este geralmente levanta fronteiras rígidas entre as disciplinas. Consequentemente estaremos desperdiçando a oportunidade do aluno se abrir para outras possibilidades, para criar, para se aventurar por outros caminhos de leitura.
Discursivamente, a escola afirma a toda hora que a leitura é uma atividade básica, essencial e importante, mas, na prática, a leitura fica reduzida à aula do professor de língua portuguesa e à leitura de trechos do livro didático.
Para a leitura se transformar num direito de todos, temos que pensar em caminhos que permitam um tratamento diferenciado. Para atingir essa finalidade, o jornal é essencial. Em termos de língua escrita, no jornal encontramos notícias, editoriais, cartas do leitor, programas, programações, classificados, anúncios. Pelo fato de ser acessível a um grande número de leitores, o jornal pode ser o início de um trabalho importante para formar leitores.
Há uma tendência geral no jornalismo nacional de utilizar muitos recursos diferentes para contribuir para a função didática da matéria. Não é um texto para ensinar, como é o texto didático, mas é um texto que visa ajudar o leitor a entender o que está sendo dito: apresentam encarte geográfico, glossário temático, fotos, diagramas, tabelas e outros recursos de apoio à compreensão, de modo que o leitor possa entender a notícia.
É importante lembrar que o texto jornalístico já faz parte de muitos livros didáticos, que tentam se adaptarem às sugestões dos Parâmetros Curriculares Nacionais. Neste sentido, o texto de jornal inserido numa unidade do livro didático de Língua Portuguesa não é o gênero jornalístico que faz parte da prática social de leitura do jornal, porque o texto extraído do jornal, no livro didático, até em virtude das características de produção, publicação e impressão do livro, já nasce mal desenvolvido, atrofiado e rudimentar. Dessa forma, é essencial pensar no ensino do texto jornalístico como parte integrante de uma prática social de leitura, de um jornal do dia, com matérias correntes e relevantes, não ultrapassadas e, por isso, irrelevantes.
Os gêneros jornalísticos, ao contrário dos textos extraídos de jornal inseridos no livro didático, serão, por definição, sempre atuais. Dessa forma, serão mais fáceis de entender, porque há um conhecimento já presente, cumulativo, porque o aluno está participando daquilo que acontece no dia-a-dia, daquilo que é comentado na rua, nos telejornais e assim por diante. Especificadamente, a compreensão vai ocorrendo cumulativamente, com base na elaboração de texto literário, absorção e transformação de uma multiplicidade de outros textos, e essas diversas versões são fatores extremamente importantes para a compreensão do leitor. Quando mais soubermos e quanto mais lermos textos que falem sobre um mesmo assunto, mais ricas ficarão nossas leituras e maiores serão as nossas possibilidades de fazer relações, comparações, inferências, enfim de chegar à compreensão do texto.
A leitura do jornal é uma prática social, como também o é a leitura do livro didático. Entretanto, jamais um texto didático, mesmo que seja formado somente por gêneros jornalísticos, vai suprir ou substituir uma prática de leitura de jornal. Somente o jornal na escola não basta. O que temos que fazer é inserir o aluno na prática social de leitura de jornal, por isso os textos jornalísticos devem ser âncora para os projetos interdisciplinares, tendo a leitura como atividade central.
Temos que usar o jornal na escola para a vivência e o domínio de diversas práticas sociais. Assim, estaremos operacionalizando uma prática de ensino de leitura que realmente prepara o aluno para precaver-se e acautelar-se neste mundo que muda tão rapidamente e que exige tanto de nós do ponto de vista da leitura. Um mundo repleto de novas tecnologias e, ao mesmo tempo, tão desigual em termos de distribuição de conhecimento.
Engajados no objetivo principal de conceber um projeto que possibilite a importância da leitura para a vida social na direção de discussões recentes sobre as práticas de letramento na escola, desenvolveu-se o projeto que tem como tema “o texto jornalístico na escola”.

II – OBJETIVO GERAL
• Desenvolver as competências e as habilidades de interação oral e escrita em função e a partir do grau de letramento que o aluno traz de seu grupo familiar e cultural, utilizando como meio de ensino-aprendizagem o texto jornalístico.

III – OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Propiciar aos alunos um trabalho com um gênero de texto de grande relevância na sociedade, permitindo-lhe a interação com tipos de escritas diferentes dentro do espaço escolar;
• Construir uma postura critica e reflexiva diante do jornalismo;
• Sistematizar alguns pressupostos teóricos relacionados aos processos de leitura e de escrita de textos jornalísticos, organizados em tornos dos diversos componentes da língua, discursivo, semântico e gramatical;
• Praticar leitura nos espaços escolares da sala de aula e da biblioteca;
• Produzir textos de acordo com as sessões jornalísticas, como aprimoramento da fala, escrita e leitura;
• Aperfeiçoar as competências e as habilidades do aluno enquanto falante, leitor e escritor de diversos tipos de textos, no intuito de capacitar o aluno para relacionar, inferir, fazer analogias.

IV – METODOLOGIAS

Durante o projeto serão desenvolvidas as seguintes atividades:
• Visita à edição do jornal da cidade para motivação e melhor compreensão dos objetivos propostos;
• Orientação de práticas, por meio de contato direto com o jornal, para crianças em oficinas de leitura e contação de história e de estratégias de organização e utilização dos textos jornalísticos escritos.
• Estruturação e discussão teórica de textos sobre o tema, refletindo sobre a função da atividade jornalística.
• Explicação das diversas concepções em relação ao ensino-aprendizagem da leitura e da escrita a partir dos textos jornalísticos;
• Conhecimento das várias sessões que compõem um jornal;
• Percepção dos vários tipos de textos que abrigam as sessões jornalísticas;
• Características que são comuns a estes textos e que servem para individualizá-los;
• Objetivos específicos de comunicação de cada sessão do jornal;
• Como construir um texto jornalístico;
• Quais as regras que convém ser respeitadas antes da redação de qualquer artigo;
• Regras de construção de um texto jornalístico: a estrutura, a técnica, a titulação, o subtítulo, o intertítulo, as ilustrações e as legendas, o fim do artigo e as assinaturas;
• Destaque das sessões de textos jornalísticos, identificando-as de acordo com as categorias que as compõem;
• Produção de textos jornalísticos de acordo com cada categoria, que deverá ser sorteada entre os grupos, tendo como tema: “III Onda Científica produzida pelo Campus UNIPAC/Bom Despacho”.


V – META

Ensino-aprendizagem de produção de textos, através de jornais, tendo a leitura como atividade central, como prática social, fornecendo ao aluno espaço para que ele entenda o mundo como um todo, evitando a sua fragmentação, de modo a manter os limites do conjunto de conhecimentos que têm por objeto o conhecimento científico (epistemiologia) de cada disciplina.

VI – CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES:

ATIVIDADES MARÇO ABRIL MAIO

Visita à edição do jornal da cidade para motivação e melhor compreensão dos objetivos propostos.

Orientação de práticas, por meio de contato direto com o jornal, para crianças em oficinas de leitura e contação de história e de estratégias de organização e utilização dos textos jornalísticos escritos.

Estruturação e discussão teórica de textos sobre o tema, refletindo sobre a função da atividade jornalística.

Explicação das diversas concepções em relação ao ensino-aprendizagem da leitura e da escrita a partir dos textos jornalísticos.

Conhecimento das várias sessões que compõem um Jornal.


Características que são comuns a estes textos e que servem para individualizá-los.Objetivos específicos de comunicação de cada sessão do jornal.

Como construir um texto jornalístico.

Quais as regras que convém ser respeitadas antes da redação de qualquer artigo e as
regras de construção de um texto jornalístico: a estrutura, a técnica, a titulação, o subtítulo, o intertítulo, as ilustrações e as legendas, o fim do artigo e as assinaturas.

Destaque das sessões de textos jornalísticos, identificando-as de acordo com as categorias que as compõem.

Produção de textos jornalísticos de acordo com cada categoria, que deverá ser sorteada entre os grupos, tendo como tema: “III Onda Científica produzida pelo Campus UNIPAC/Bom Despacho”.


VII – PERÍODO DE REALIZAÇÃO: de março a maio de 2009
DURAÇÃO DO PROJETO : 3 meses
APRESENTAÇÃO E AVALIAÇÃO FINAL: 10 aulas

VIII – RECURSOS:
1. MATERIAIS: jornais, papel kraft, papel fantasia, pincéis, lápis, borracha, cola.
2. TECNOLÓGICO: data show.
3. HUMANOS: professor, alunos, profissionais ligado ao assunto.

IX – PRÉ-REQUITOS:
• Sensibilização e mobilização dos alunos do 5º ano do Ensino Fundamental na compreensão da relação entre a fala, a escrita e a leitura.

X – SÍNTESE E DOCUMENTAÇÃO:
• Visita a uma redação de jornal.
• Contato com diversos tipos de jornais.
• Levantamento de dados para compreensão da confecção de um jornal.
• Entendimento dos textos que compõem um jornal.
• Identificação das categorias dos textos jornalísticos.
• Produção de textos de acordo com cada categoria.

XI – AVALIAÇÃO
• Interação dos grupos de trabalho;
• Interesse pelo assunto;
• Participação;
• Utilização do raciocínio dedutivo para ler nas entrelinhas;
• Utilização do raciocínio indutivo para predizer, para antecipar o que será dito.
• Construção de relações quando está lendo.
• Atendimento à modalidade textual solicitada, elaborando textos de acordo com as diversas sessões do jornal;
• Desenvolvimento dos temas propostos mantendo a coerência textual;
• Segmentação do texto de acordo com sua especificidade;
• Emprego dos mecanismos básicos de concordância nominal e verbal;
• Domínio relativo da ortografia, da acentuação e da pontuação;
• Construção da postura critica e reflexiva diante do jornalismo;
• Participação de forma integral na elaboração dos textos propostos, como aprimoramento da relação entre a fala, a escrita e a leitura.

XII – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao receber um aluno, o professor precisa analisar o que ele já sabe fazer sozinho e o que necessita de ajuda para fazer.
O compromisso primeiro do professor é auxiliar o aluno a tornar-se um leitor autônomo e um produtor competente de textos.
Os estudantes devem ser expostos a todos os tipos de textos: a notícia, a receita de cozinha, a publicidade, os textos dos manuais técnicos, os textos das bulas de medicamentos e todos os demais portadores de textos.
Temos consciência que no ensino da língua materna o texto mais importante é o literário, no entanto, constamos que a língua escrita tem sido uma barreira que exclui muitas pessoas, porque aprender a interpretar é decifrar os mistérios do seu mundo particular, é ler entrelinhas e tirar mensagens que nem sempre estão explícitas no texto em questão.
A escola deve ter como função primordial a formação de leitores-cidadãos, que pelo domínio da leitura, continuarão aprendendo por si mesmos, utilizando a língua escrita para se fazerem ouvir em várias situações de vida, desenvolvendo capacidades para se situarem criticamente frente aos acontecimentos sociais.
O currículo escolar deve ser formado por um processo de alfabetização associado ao sentido da leitura crítica da realidade, possibilitando ao educando a compreensão do seu conhecimento como um instrumento de coragem para a luta de seus ideais, para a conquista do direito de dizer a sua palavra.





PLANEJAMENTO DE AULAS UTILIZANDO COMO MEIO DE APRIMORAMENTO DA FALA, DA ESCRITA E DA LEITURA O TEXTO JORNALÍSTICO


I – OBJETIVO GERAL
• Desenvolver as competências e as habilidades de interação entre a oralidade, a escrita e a leitura, em função e a partir do grau de letramento que o aluno traz de seu grupo familiar e cultural, utilizando como meio de ensino-aprendizagem o texto jornalístico.

II – OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Propiciar aos alunos um trabalho com um gênero de texto de grande relevância na sociedade, permitindo-lhe a interação com tipos de escritas diferentes dentro do espaço escolar;
• Construir uma postura critica e reflexiva diante do jornalismo;
• Sistematizar alguns pressupostos teóricos relacionados aos processos de leitura e de escrita de textos jornalísticos, organizados em tornos dos diversos componentes da língua, discursivo, semântico e gramatical;
• Praticar leitura nos espaços escolares da sala de aula e da biblioteca;
• Produzir o jornal na escola, como aprimoramento da leitura e da produção de textos;
• Aperfeiçoar as competências e as habilidades do aluno enquanto escritor e leitor de diversos tipos de textos.

III – ATIVIDADES

Visita à edição do jornal da cidade com o objetivo de motivar os alunos para o projeto na expectativa de favorecer os resultados esperados.
Visitamos o prédio do Jornal da cidade de Abaeté - “O NOSSO JORNAL”. Nesta visita tivemos como informação que durante décadas, a máquina de escrever, ou seja, a máquina de datilografia foi símbolo do jornalismo. A jornalista, Cristiane, nos relatou que o produto da atividade jornalística é geralmente materializado em textos, que recebem diferentes nomenclaturas de acordo com a sua natureza e objetivos. Uma matéria é o nome genérico de textos informativos resultantes de apuração, incluindo notícias, reportagens e entrevistas e que um artigo é um texto dissertativo ou opinativo, não necessariamente sobre notícias, e nem necessariamente escrito por um jornalista. Mostrou-nos como é reproduzido o jornal e nos apresentou os diversos tipos de texto jornalístico: notícia, chamada, opinião, editorial, artigo, crônica, nota, texto-legenda. Esclareceu-nos que para produzir suas reportagens tem que está em constante contato com a sociedade e correr muito atrás das informações necessárias e de interesse do público, para que o jornal se torne uma fonte de prioridade da informação para o leitor. O jornal é digitado e revisado por ela mesma, mas é reproduzido em Belo Horizonte.

Orientação de práticas, por meio de contato direto com o jornal, para crianças em oficinas de leitura e contação de história e de estratégias de organização e utilização dos textos jornalísticos escritos.
O professor deverá levar para a sala de aula tantos jornais quanto forem o número de alunos da sala, de preferência jornais com datas recentes. Convidar os alunos para se sentarem no chão em forma de círculo, pedindo para que eles folheiem o jornal identificando os diversos assuntos nele descritos e falar o que mais lhe chamaram atenção. O professor deverá registrar todas as opiniões dos alunos para posterior debate e discussão, contribuindo no auxílio às dúvidas e incentivando-os através de algumas argumentações.

Estruturação e discussão teórica de textos sobre o tema, refletindo sobre a função da atividade jornalística.
A função do jornal é basicamente a comunicação. É um dos meios mais rápidos de ficarmos informados, a respeito do que acontece no mundo, quase que na mesma hora em que ocorre o fato. Dentro do jornal há várias sessões, que por sua vez abrigam vários tipos de textos. A nomenclatura dos textos normalmente é dada de acordo com as suas características e seus objetivos específicos de comunicação. Normalmente esses textos têm caráter informativo. Genericamente os textos que se apresentam nos jornais são chamados de “matéria”. As informações são apresentadas em ordem decrescente de importância ou relevância, seguindo assim uma técnica chamada de pirâmide invertida, ou seja, a base do texto conteúdo mais importante fica em cima e o conteúdo mais superficial, chamado de ápice, fica embaixo. O conjunto de técnicas e procedimentos específicos para a atividade de redação jornalística é chamado de técnica de redação. As matérias apresentam, quase sempre, relatos de pessoas envolvidas no fato, que servem tanto para legalizar as afirmativas do jornal quanto para provocar no leitor a identificação com um personagem. Na enunciação de palavras confusas que caracteriza certos tipos de desordens da linguagem, como a suspensão de pronunciamento referente à verdade ou à falsidade de qualquer coisa, os depoimentos destes personagens chamam-se aspas. Apesar das matérias serem geralmente escritas em estilo resumido e objetivo, devem ser revisadas antes de serem publicadas. O profissional que exerce a função de revisão, hoje figura rara nas redações, é chamado de revisor.

Explicação das diversas concepções em relação ao ensino-aprendizagem da leitura e da escrita a partir dos textos jornalísticos.
O aluno deverá conhecer o jornal, de forma minuciosa, desde as publicações em sua primeira folha, que constitui os avisos especiais e carregam o conteúdo mais profundo da matéria: as principais informações. Essa publicação da primeira folha é usada para que as pessoas possam ter acesso fácil e rápido à informação e tenham a oportunidade de selecionar as matérias que realmente lhes interessam para prosseguir com a leitura. Geralmente o título da matéria é baseado no seu primeiro parágrafo. Os textos que compõem o jornal possuem linguagens diferenciadas, concedendo ao aluno o contato com os mais variados tipos de textos na forma escrita e de grande relevância na sociedade, construindo-lhe uma postura critica e reflexiva da fala, da escrita e da leitura, através do jornalismo.

Conhecimento das várias sessões que compõem um jornal
O chamado das matérias que estão contidas no jornal, em sua primeira página; artigo; opinião; notícias; editorial; reportagem; nota; crônica; texto-legenda.

Percepção dos vários tipos de textos que abrigam as sessões jornalísticas.
Neste momento o professor deverá pedir aos alunos que façam o reconhecimento das sessões jornalísticas, com o objetivo de sistematizar alguns pressupostos teóricos relacionados aos processos de leitura e de escrita de textos jornalísticos, verificando se está havendo entendimento do que está sendo estudado. É necessário que o professor faça algumas observações quanto à organização dos jornais, principalmente os jornais diários que possuem sua organização em cadernos. Além de fazer a observação o professor poderá levar jornais para os alunos visualizarem os diferentes tipos de organizações.

Características que são comuns aos textos jornalísticos e que servem para individualizá-los, de acordo com os objetivos específicos de cada sessão do jornal.
Notícia – caracteriza-se pela linguagem direta e formal. Tem caráter informativo e é escrito de forma impessoal, frequentemente fazendo uso da terceira pessoa. Inicia-se com o assunto principal no primeiro parágrafo e se segue com o corpo da notícia. Enquanto no primeiro parágrafo estão registradas as principais informações do fato, no corpo estão presentes os detalhes (relevantes ou não), as causas e as conseqüências dos fatos, como, onde e com quem aconteceu, e a sua possível repercussão na vida das pessoas que estão lendo. Pode ter ou não um público alvo e a linguagem poderá ser adaptada para um melhor entendimento, de acordo com o público que queira atingir.
Editorial – não é exatamente um tipo de texto, mas uma sessão do jornal que possui textos selecionados e agrupados através de seu conteúdo, público ou objetivo. Os jornais são divididos em vários editoriais que podem ou não estar encadernados separadamente. Entre os editoriais mais comuns estão: política, economia, cultura, esporte, turismo, pais, cidade, classificados, coluna social, charges, propaganda e publicidade.
Reportagem – tem por sua essência a descrição e a caracterização de eventos. Para isso a reportagem conta com algumas perguntas que, ao serem respondidas, servirão para melhor estruturação da reportagem: O quê? Como? Quando? Onde? Por quê? Quem?
Nota – texto curto composto apenas pelo primeiro parágrafo. Normalmente trata de algum assunto de fácil compreensão e assimilação e que seja do interesse do leitor. Algo que já tenha sido noticiado ou que não possui detalhes relevantes para serem descritos.
Crônica – texto que registra uma observação ou impressão sobre fatos cotidianos, pode narrar fatos reais em forma de ficção.
Artigo – texto eminentemente opinativo, e geralmente escrito por colaboradores ou personalidades convidadas (não jornalistas) que escreve sobre o seu modo de ver, de pensar e de deliberar sobre algum assunto de interesse público.
Chamada – texto muito curto na primeira página ou capa que expõe a totalidade da matéria contida nas páginas interiores do jornal.
Texto-legenda – texto curto que acompanha uma foto, descrevendo-a e adicionando a ela alguma informação, mas sem matéria à qual faça referência.

Como construir um texto jornalístico
A construção de um texto jornalístico não dispensa a criatividade de quem o redige, mas fixa-se numa técnica própria.
Algumas regras que convém respeitar antes da redação de qualquer artigo:
• Antes de escrever convém procurar documentação, acumular informações precisas apoiadas em fatos;
• Não hesitar em investigar no local, em vez de somente procurar informações;
• Preparar um plano;
• Definir a finalidade da comunicação, determinar a importância da informação para o leitor alvo;
• Indicar, numerando, as principais idéias a desenvolver e anotar brevemente a conclusão que pode ser tirada dessas idéias.

Quais as regras que convém ser respeitadas antes da redação de qualquer artigo?
O texto jornalístico inclui um título que corresponde ao primeiro ou aos dois primeiros parágrafos do texto e o corpo do texto, que desenvolve os elementos informativos referidos no título. O título e o ante título, a entrada, os subtítulos e a fotografia constituem momentos dessa construção, que deverá ter unidade, coerência e eficácia informativa.

Regras de construção de um texto jornalístico: a estrutura, a técnica, a titulação, o subtítulo, o intertítulo, as ilustrações e as legendas, o fim do artigo e as assinaturas:
Nas notícias, o titulo, como regra, deverá responder às seguintes perguntas:
• O quê (a resposta relata o que aconteceu, está a acontecer ou acontecerá)
• Quem? (a resposta indica os agentes da ação)
• Quando? (a resposta refere o momento do acontecimento)
• Onde? (a resposta aponta o local do acontecimento)
• Como? (a resposta menciona as circunstâncias do acontecimento)
• Por quê? (a resposta releva as razões do acontecimento)
O título – criar título não é tarefa fácil. São poucos os jornalistas que iniciam um artigo pelo título. Na maioria das situações, os jornalistas optam por escrever a matéria e só no final lhe concede o título.
O subtítulo – como os títulos não podem ser demasiadamente longos e pode precisar informação que ficou menos clara no título. O subtítulo é usado para acrescentar algum elemento informativo que o título não pode contar.
O intertítulo – é um elemento muito útil quando se pretende mudar de assunto dentro do mesmo texto. Permite igualmente “arrumar” a informação de forma a facilitar a leitura.

“Ilustrações e legendas”
• As fotografias e as legendas devem ser suficientes para fornecer uma informação mínima, essenciais ao texto, numa interação conjugada e devem fazer referencia à fonte, no caso de não serem originais.

“O fim do Artigo”
• O fim é a parte mais importante de um texto jornalístico. O título devendo ser bom para cativar o leitor, o fim tem de ser suficientemente interessante para não o desapontar. É importante que ele esteja de acordo com o resto do texto e que satisfaça o leitor, dando-lhe a sensação de missão cumprida.

“Assinaturas”
• A assinatura de um texto deve refletir de forma rigorosa a sua autoria. Se há mais de uma participação para um dado texto, a ordem de assinatura deve refletir a contribuição de cada um dos autores. Nos textos escritos em parceria, a ordem das assinaturas deve ser alfabética, pelo apelido sempre ao mesmo nível de relevância.

Destaque das sessões de textos jornalísticos, identificando-as de açodo com as categorias com os compõem.
O professor deverá dividir a turma em grupos. Cada grupo receberá um jornal completo. Nas paredes da sala deverão ser colocados quadros de molduras construídos com papel kraft identificados com as sessões do texto jornalístico. O professor deverá solicitar que cada grupo destaque do jornal um texto de acordo com as sessões identificadas nos quadros de molduras, colando-as nos respectivos quadros.

Produção de textos jornalísticos de acordo com cada categoria, que deverá ser sorteada entre os grupos, tendo como tema: “III Onda Científica produzida pelo Campus UNIPAC/Bom Despacho”.
Sortear entre os grupos os tipos de textos jornalísticos e pedir que cada grupo reproduza um texto de acordo com a categoria sorteada, observando o tema solicitado.

Resultados esperados:
No final do projeto os alunos conseguiram atingir os objetivos propostos e a realizar as tarefas finais: destaque das sessões de textos jornalísticos, identificando-as de acordo com as categorias que as compõem e a produção de textos jornalísticos de acordo com cada categoria tendo como tema: “III Onda Científica produzida pelo Campus UNIPAC/Bom Despacho”?

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