INTRODUÇÃO 
 
Uma das questões que deve ser salientada é o motivo de se estar revendo conceitos de autores que, apesar de já terem sido amplamente estudados pelos profissionais da educação, são de grande valia para o entendimento de novas teorias que abordam desde o ensino infantil até o ensino médio.  
O fator relevante para essa abordagem é o fato de que o pedagogo tenha como parâmetro o novo perfil de aluno que chegará até as escolas, preparando-o no aperfeiçoamento das suas práticas diárias, no intuito de contribuir na formação do educando desde o seu ingresso no ensino infantil. 
Epera-se que na medida em que o pedagogo auxilie o educando desde tenra idade, este possa ter voz ativa para autogestar seu conhecimento, tornando-se um sujeito ativo, participante do processo histórico, capaz de contribuir na transformação do seu espaço e da própria sociedade na qual está inserido.
Como se sabe, a sociedade deste milênio vem sendo marcada por significativas transformações no mundo do trabalho, da produção e das relações sociais, apontando carências de um novo perfil de educadores capazes de capacitar os cidadãos das diversas áreas  do  conhecimento  humano  para  uma  nova convivência participativa e crítica nessa “nova” sociedade. 
O papel do novo educador não é mais levar a informação até o educando e sim mediar às informações que já estão com eles, transformando-as em conhecimento e conseqüentemente em sabedoria, ou seja, “aplicabilidade”. Paralelamente, vivencia-se também o desafio de se acatar  novos  projetos para  a  educação  brasileira  que  dêem  conta  dessa  formação  continuada  dos profissionais  como declara o  texto  legal, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 9.394-96  - de formar novos profissionais,  trabalhadores e cidadãos, que devem estar atrelados e cientes do mundo científico e tecnológico de que fazem parte, visando a construção de uma sociedade mais igualitária e justa para todos. 
Esse é o desafio posto a todos os educadores enquanto formadores de novos profissionais. É preciso contribuir para a construção de um novo projeto educativo, uma nova formulação pedagógica à altura das exigências e carências do mundo contemporâneo. É papel, de todos aqueles, de fato, comprometidos com a melhoria de um novo cenário e da nova ordem mundial, no contexto social, político, histórico, cultural e educacional do País. 
Então, pergunta-se. Que tipo de educação? Que tipo de didática se requer e  possa  contribuir  para  a  formação  de  cidadãos trabalhadores,  com  o  espelhamento  que  esta  sociedade  atual  está  a  exigir? Que currículo deve garantir o desvelamento do ato educativo, como ato político, como diz Freire (1985), isto é,  transformador dos sujeitos  inseridos no processo em  rede de conhecimentos  e  saberes  que  possa  assegurar  efetivo  entendimento  histórico  da época  em  que  vivem  os  homens,  do  mundo  contemporâneo  e  dos  fundamentos teóricos da Educação de hoje. Em outras  palavras,  que  conteúdos  privilegiar  para  que  os  sujeitos democráticos  possam  se  apropriar/instrumentalizar  desses  novos  conhecimentos científico-tecnológicos  em  rede  e  como  esses  saberes,  enquanto  fios  condutores  
As teorias anteriormente referidas passaram a revigorar o cenário da educação  brasileira,  tendo  em  vista  a  então  necessidade  de  defesa  da  ação libertadora do sujeito humano silenciado pela realidade objetiva de mercado. Para a metodologia, essas teorias auxiliaram a reflexão dos professores sobre o processo de ensino-aprendizagem no que dizia respeito à relação professor-aluno, às operações mentais dos alunos, ao conhecimento, à importância das atividades socializadas e de interação na sala de aula, à utilização de atividades do interesse e produção dos alunos, à organização dos conteúdos e à avaliação do aluno.
Que metodologias, métodos e recursos estão à disposição para a preparação de profissionais, capazes de responder aos novos paradigmas e perfil profissional, que os levem a ser capazes de tomar decisões, de administrar conflitos oriundos dos cotidianos do mundo do trabalho? Como resolver e solucionar problemas?  Como serem gestores de situações novas? Como comunicar-se com eficiência diante das mídias existentes e atuar com participação e autonomia da ação pedagógica? 
Sendo assim, cada vez mais, as ciências questionam o paradigma científico até então utilizado como base da produção e divulgação do conhecimento, propondo o paradigma holístico para se trabalhar os saberes, isto é, propondo-se que se estudem as diferentes áreas do conhecimento de forma interligada, como o todo que as formam.  
A SOCIEDADE DO CONHECIMENTO 
A partir da ação-reflexão-ação (ALARCÃO, 2003), o educador deve repensar sua futura prática pedagógica cotidiana no encaminhamento de novas alternativas  didáticas  da  ação  docente,  no  descortinar  de metodologias, realmente  críticas  e  transformadoras  da  relação  Homem-Mundo  oxigenadas  por diálogos atuais e produtivos. 
Frisar o ponto de partida e de chegada da metodologia educacional não é ensinar ou traçar regras rígidas e tecnocráticas do simples ato de ensinar ou  transmitir  receitas prontas  tão somente dos  conteúdos  programáticos  oferecidos  pelos  diversos  currículos  oficiais  para  as  diversas áreas de conhecimento, mas apresentar elementos didático-educativos que possam auxiliá-los  no  repensar  de  sua ação  docente  futura  e,  conseqüentemente, no  projeto  pedagógico  da  construção  de  uma  nova  escola,  no  âmbito  do  ensino.
Não se pode esquecer que os alunos do século XXI estão sendo preparados para este admirável novo mundo e a reflexão cabe tanto a quem  já  está em  sala de aula lecionando  no  Curso  Superior,  quanto  àqueles  que  preparam  as  crianças, adolescentes  e  jovens,  pois  esses  que  levaram  o  novo  perfil  às  universidades, alunos que são considerados por muitos apáticos, ora hiperativos, “conversadores”, sem disciplina, entretanto, este novo século que precisa de  formadores de opinião, Líderes  que  façam  diferente  para  uma  nova  tentativa  de  marcar  a  educação brasileira, a escola e a universidade que na década de 80 e 90 foram consideradas tão boas, tão construtoras, tão disciplinadas. Essas trouxeram um presente neste início de século XXI, marcado por adultos muitas vezes sem norte para seguir sua vida profissional e até pessoal, cabe a questão em que a educação deixou a desejar? 
A Sociedade do Conhecimento (ou: Digital – da Informação – Em rede) tem o conhecimento como gerador de riqueza de estruturação: 
• Horizontal - em rede 
• Incertezas - Desafios  
• Declínio do trabalho braçal 
• Profissões em extinção 
• Novas profissões/ “Trabalhadores do Conhecimento” 
• Responsabilidade coletiva pelos resultados 
• Equipes de trabalho autodirigidas 
• Uso intenso das novas tecnologias 
 De que Escola e educação os indivíduos precisam? 
• Desenvolvimento da autonomia 
• Senso crítico 
• Capacidade de análise e síntese 
• Capacidade de trabalhar em equipe 
Embasado nos propósitos da UNESCO, os requisitos para a cidadania na Sociedade do Conhecimento, “Códigos da Modernidade – Bernardo Toro”. 
• Alta competência em leitura; 
• Alta competência em cálculo matemático e resolução de problemas; 
• Alta competência em expressão escrita (descrever, analisar/comparar, expressar, pensar.) 
• Capacidade para descrever, analisar, e criticar o ambiente social; 
• Capacidade para receber criticamente os meios de comunicação de massa; 
• Capacidade para criar, decidir e trabalhar em grupo; Capacidade para localizar, acessar e usar informação acumulada (TIC e outras tecnologias) 
• Ser flexível e não especialista demais;  
• Ter mais criatividade do que informação;  
• Estudar durante toda a vida;  
• Adquirir habilidades sociais e capacidade de expressão; 
• Assumir responsabilidades; 
• Ser empreendedor; 
• Entender as diferenças culturais;  
• Adquirir intimidade com as novas tecnologias. 
 Diante de tudo isso a proposta é pesquisa,  adaptação,  não  temer  o  novo, viver  com  a  diversidade  do  indivíduo  dentro  ou  fora  de  sala  de  aula,  fazer  das  inúmeras  informações que o educando  leva até o professor em arte de ensinar, e, sobretudo,  deixar  claro  para  o  aluno  que  a  informação  apenas  não  sustenta  a formação para ser um bom profissional e para ser um indivíduo feliz. 
Os pedagogos, como adultos da situação e mediadores da informação ao conhecimento, têm, conseqüentemente, em seu poder a sabedoria para contribuir com a formação desta nova sociedade. A qualidade do ensino dentro dessa nova sociedade precisa estar associada a muitos fatores, como um bom planejamento educativo, um sistema de avaliação contínuo e formativo, inclusive, a procedimentos metodológicos coerentes com a demanda dos alunos, com a cultura contemporânea e com uma prática docente competente. 
Segundo Rios (2002), o conceito de qualidade é abrangente, é social e historicamente determinado porque emerge de um contexto. Assim, é preciso pensar que existe um padrão de qualidade que pode ser cultural, porém, o que  está  se falando da qualidade é do aprender a aprender, do aprender a fazer, do aprender a conviver  e  do  aprender  a  ser,  ou  seja,  os  quatro  pilares  que  sustentam  uma educação que favorecerão uma melhor qualidade de vida. 
  Entretanto, o que efetivamente interessa discutir é a respeito de quais alternativas metodológicas, o professor pode adotar para melhorar a qualidade do ensino, e, conseqüentemente, a aprendizagem dos alunos, para que esses possam desenvolver suas habilidades, transformando-as em competências para transformar-se em um cidadão consciente, participativo e autônomo na sociedade. 
Sabe-se que para que haja esse trabalho de desenvolvimento de habilidades em competências, há que se pensar em algumas mudanças na prática educativa do professor. Para uma melhora significativa no desempenho dos alunos dos estabelecimentos escolares os professores podem contribuir das seguintes formas:  
• Buscando desenvolver pontos de vista comuns quanto à maneira como seus alunos aprendem;  
• Procurando se engajar em ações coletivas para pôr em prática esses pontos de vista comuns; 
• Assumindo a responsabilidade pela progressão de seus alunos, avaliando e acompanhando a sua aprendizagem; 
• Unindo-se para envolver seus alunos no processo de desenvolvimento; 
• Desenvolvendo uma competência coletiva de cooperação que permite transformar no dia- a- dia, a coerência dos processos e dispositivos de aprendizagem; 
• Conseguindo obter reconhecimento do seu trabalho e com isso, mais apoio da escola; 
Dispondo de recursos para gerir de maneira mais autônoma, para implantar projetos pedagógicos que correspondam ao contexto local; 
• Sendo avaliados continuamente, com base em um conjunto de indicadores: os usuais de desempenho, através do engajamento com os alunos, mediante as competências profissionais individuais e coletivas dos professores, além  da eficácia  da  implantação  de  projetos  pertinentes  ao  desenvolvimento  da aprendizagem.  
Ao refletir sobre essas lógicas, é preciso discutir alternativas metodológicas que são necessárias para que o professor tenha condições de mediar o conhecimento científico aliado às  várias  linguagens  culturais  da contemporaneidade.   
Faz-se necessário saber que a prática docente não pode se restringir somente às metodologias e didáticas, porém, é sabido que esses elementos são de fundamental  importância  para  que  o  ensino  e  aprendizagem  ocorram  de maneira harmoniosa e competente. 
  Sabe-se que a partir desse entendimento, devem-se pontuar algumas idéias de educadores, sobre os métodos, estratégias e procedimentos didáticos que se trabalhados dentro de um contexto cultural, participativo  e  dinâmico,  poderão favorecer a melhora da qualidade do processo educativo. 
  Segundo Cavalcante (2005), muitos professores têm dificuldades de passar o discurso pedagógico  do  papel  para  a  prática,  por  isso  ela  sugere  algumas  dicas preciosas para os professores de todas as disciplinas:  
• Planejamento do trabalho: conhecer a turma para saber o que vai fazer, pois uma turma é sempre diferente da outra, um aluno é diferente do outro. 
Dar flexibilidade ao planejamento para ir se estruturando durante o percurso; 
• Contextualização de todos os conteúdos com vários temas culturais que estão circulando na sociedade; 
• Estabelecimento de objetivos claros dentro de cada conteúdo e da metodologia didática, ou seja, conexão entre o objetivo e a estratégia de trabalho; 
Conhecimento prévio dos alunos é uma medida fundamental para iniciar o trabalho com os conteúdos, pois é a partir desse diagnóstico que o professor vai trilhar os percursos; 
• Trabalho com a interdisciplinaridade para os alunos estabelecerem relações entre os saberes, tendo em vista, favorecer uma melhor associação de idéias, e, conseqüentemente, uma melhor aprendizagem; 
• Uso constante da transdisciplinaridade para colocar o aluno em contato com as culturas e acontecimento da realidade atual, no sentido de torná-lo atualizado e dinâmico; 
• Estabelecimento de uma seqüência didática que desafie os alunos a construir seus conhecimentos de maneira mais autônoma e  consciente  daquilo  que aprendeu e do que precisa de maior investimento; 
• Trabalhar com temas transversais, abordando valores fundamentais à formação do cidadão; 
• E, ainda, conscientizar-se de que todos aprendem em ritmos  e  tempos diferentes,  por  isso,  há  de  se  respeitar  as  limitações,  porém,  oferecendo estímulo e condições para que todos os alunos progridam na aprendizagem; 
 O professor precisa compreender o que é formação cultural e saber retirar temas culturais da realidade atual e agregá-los à agenda educacional.  
E quais seriam as melhores estratégias de trabalho na sala de aula com tantos temas?  
  O professor deve mudar a sua forma de atuação, devendo atuar como um analista crítico e artista cultural, um intelectual capaz de pensar, dizer e fazer algo diferente. E, além disso, ele deve estimular nos alunos outros modos de ver, pensar a realidade. Deve trocar experiências com alunos de forma a ampliar os conhecimentos de todos. É nessa ótica, que se faz necessário pensar que todos os assuntos a serem trabalhados na sala de aula deverão deixar de ser transmitidos por si mesmos, ou seja,  deverão  estar  associados  a  uma  temática  cultural  que  integra  a  vida  dos alunos, contribuindo dessa  forma, para um ensino mais dinâmico e criativo, e, sobretudo, por uma aprendizagem mais significativa e carregada de sentido.
POSSIBILIDADES PARA RESSIGNIFICAR UMA PRÁXIS 
  Ao longo da história, todas as grandes mudanças exigiram uma transformação do pensamento, da visão ou da interpretação da realidade. Isto é, aquilo o que costumava chamar-se de “mudança de paradigma”.  As mudanças sociais e políticas são relevantes, mas para uma reforma profunda na educação, o primeiro passo é fundamental: uma mudança nas “crenças” dos  professores  e  da cidadania  em  geral,  o  que  possivelmente  levará  tempo,  mas  que  começa  a  ser fomentado. 
Freire (1985) afirma que ninguém educa ninguém e ninguém se educa sozinho; as pessoas se educam na comunhão, no encontro e não se pode apressar o encontro. Um facilitador autêntico é aquele que fornece condições para que uma segunda pele se desenvolva embaixo, até a casca tornar-se obsoleta, caindo por si mesma.  Sendo assim, “a paciência é um elixir de longa vida e a inteireza do facilitador, consciente do valor do tempo que transmuta a ferida da ostra em pérola, não abreviará os seus dias”. (CREMA,1995, p. 58). 
  Toda proposta educacional vem impregnada de um modelo, o interessante é a capacidade e discernimento da docência no momento de seu desvelamento. É necessário fazer um paralelo da práxis dentro de cada Lei em seu contexto histórico, de acordo  com  Freire  (1985)  o  fato  de  tornar-se  ou  de  apropriar-se  do poder é o empoderamento docente o qual Albert Einstein, sem mesmo conhecer o termo já o definiu a tempos dizendo: O  ser  humano  vivência  a  si  mesmo,  seus  pensamentos  como  algo separado do  resto  do universo  - numa espécie de  ilusão de  ótica  de  sua consciência.  E essa ilusão é uma espécie de prisão que nos restringe a nossos desejos pessoais, conceitos e ao afeto por pessoas mais próximas. Nossa principal tarefa é a de nos livrarmos dessa prisão, ampliando o nosso círculo de compaixão, para que ele abranja todos os seres vivos e toda a natureza em sua beleza.  Ninguém conseguirá alcançar completamente esse objetivo, mas lutar pela sua realização já é por si só parte de nossa liberação e o alicerce de nossa segurança interior (EINSTEIN [sd]).
Diante disso, percebem-se algumas competências na formação e identidade docente necessárias no século XXI, bem como a transição do “ser mais”-“ser menos” e algumas características da construção do conhecimento sob a ótica da “inteireza” (FREIRE, 1985).
A busca pela ressignificação da práxis docente vem sendo feita de forma vertiginosa depois da Lei 9394/96. Talvez pelo seu teor aparentemente inovador ou pela própria necessidade de mudança que já se espreitava nos últimos anos de vigor da Lei 5692/71. 
Com as novas regras do mercado de trabalho e a necessidade de referenciais, compreendidas nos últimos dez anos, a educação viu-se obrigada a se reestruturar, visto que formar o cidadão somente para o trabalho como era ditame da 5692/71 não atendia mais as necessidades da sociedade.  
O novo “homem” precisa de uma formação para o trabalho e para a vida, em que seja capaz de tomar iniciativas próprias, em momentos únicos diante de situações imprevisíveis. O que dita a regra do mercado nestes últimos anos é a satisfação pessoal.  
Fabricar um produto com designer sofisticado ou preço competitivo já não é diferencial de nenhuma empresa. Atualmente o diferencial é a satisfação do cliente. Hoje se vende muito mais ilusão, bem estar, sem falar na fidelização do cliente. 
E o que a educação em haver com isto? Absolutamente tudo.  Educação, política e mercado de trabalho estão interligados. 
Na nova LDB 9394/96 o educando foi colocado como centro elíptico do processo, o que gerou um choque na docência e conseqüentemente uma resistência muito grande o professor acostumado ao status de “detentor do saber”, peça insubstituível do processo ensino/ aprendizagem, se viu na empreitada dialética da mediação. 
O professor “mediador” vai além do domínio de seus saberes específicos, ele é capaz de compreender a diversidade, a leitura de mundo de seus educandos e, ainda, de respeitar o tempo que cada um tem para processar novos conteúdos. A aprendizagem é feita  por  ambos  reconstruindo,  redescobrindo  a  cada momento  o conhecimento. 
Acostumado ao comodismo de um aluno receptor, era inevitável a necessidade da ressignificação da práxis docente, mas como fazer isto? A falta de condições da docência de estar acompanhando as mudanças, se aperfeiçoando,encontra alguns agravantes como falta de condições financeiras e de tempo por ter que trabalhar em duas, três escolas, conciliando vida familiar.
O momento é único e a ressignificação já não é mais questão de opção, estamos convivendo com  ducandos  que  são  fruto  de  uma  sociedade  sem referencial por motivos como: a ausência dos pais, que trabalham incessantemente; o  individualismo;  o  consumismo  crescente,  fruto  de  uma  política  de  globalização capitalista; as várias opções de facilidade do mundo digital... 
Nesse contexto, a educação conteudista perdeu seu valor, seu encanto, o professor detentor do conhecimento não basta. Seu papel não pode mais atender interesses ditados por políticas e pelo mercado de trabalho.  A  lei  9394/96,  mesmo  com  todas  as  críticas  presentes,  proporcionou  uma possibilidade de visão da sociedade que modificou o papel do educador, seu caráter flexível  trouxe  discussões,  o  que  vem  possibilitando  redesenhar  papéis.  E é esta flexibilidade que a diferencia da 5692/71. 
A FORMAÇÃO E A IDENTIDADE DOCENTE 
 
As competências da docência do século XXI são discutidas por inúmeros autores com algumas  variáveis, mas  todas  têm  o  foco  central  na  relação  dialética educador/ educando, ou pessoa  / pessoa que ressalta a  importância da construção do conhecimento de forma mútua, em uma troca saudável. 
Segundo Freire (1985), essas competências tem forma conceitual e política, e como já citamos, a educação anda atrelada à necessidade do mercado, não que isto seja de um todo ruim, pois a formação do educando é para o trabalho e para a vida, o cuidado que se precisa ter é para não reproduzir o interesse de uma minoria elitizada. 
Os docentes estão, como já citado, em busca da ressignificação da práxis. Certa insatisfação é notável com o convívio, mas toda mudança traz desconforto e nem por isso deixa de acontecer. 
Vejamos algumas competências da docência. 
Segundo Crema (1995, p.27) há três tipos básicos de mediadores ou educadores: o centrado na técnica, o centrado na pessoa e o holocentrado.  
  O primeiro diz respeito à infância do facilitador quando ele é basicamente um técnico.   Crema considera essa uma fase importante e necessária, desde que nela não se fixe, o que geraria uma esclerose metodológica e a falência da criatividade. 
 
PESSOA ⇒ OBJETO
 
  O segundo tipo permite o encontro. Diz respeito à maturidade do facilitador. “O vetor é bilateral: a atenção expande-se na mutualidade, há sinergia”. Centrar-se na pessoa não significa negar técnicas e modelos, significa colocar a pessoa no centro, ficando a teoria e a tecnologia ao seu serviço. Implica em movimento: a compreensão e percepção abertas produzem novas teorias e novas técnicas, mudanças que permitem que cada encontro seja singular e tenha o seu próprio desenho. 
O terceiro tipo supõe a excelência. O vetor da conexão é o infinito (∞). Centrar-se na pessoa é uma atitude antropocêntrica, excluidora da dimensão não humana. A pessoa não está isolada, ela se insere no todo e dele faz parte. Parte de um universo – “imensa rede, incomensurável tapeçaria, uma teia interconectada de eventos probabilísticos”: movimento permanente, incompletude, mudança.   Desenvolver a ação facilitadora na rede da vida, considerando a universidade – unidade na diversidade – considerando o movimento, a incompletude. 
  Diante dessas análises, pode-se observar que a formação e a identidade docente foram os maiores alvos na mudança da LDB e isso, como já analisado levou a busca de uma ressignificação da práxis. 
  Freire (1985, p. 29) “Mais uma vez os homens, desafiados pela dramaticidade da hora atual, se propõe, a si mesmos, como problema. Descobrem que poucos sabem de si, de seu ‘posto no cosmo’, e se inquietam por saber mais”. 
Essa busca por se conhecer mais leva ao “ser mais” que seria a humanização do homem para com o homem, sentindo-se parte dos movimentos da história, conhecendo seu  papel  na  sociedade  como  responsável  por  mudanças  e estagnações sociais. 
O CONHECIMENTO NA NOVA PRÁXIS DOCENTE 
 
Pode-se concluir que o conhecimento é reconhecido como corpo, cérebro e coração tratados com objetividade, simplicidade e sinceridade, ou seja, de forma direta, equilibrada e verdadeira. Razão e emoção em equilíbrio. 
  A dimensão metodológica, que hoje incorpora as chamadas novas tecnologias educacionais, estrutura caminhos, define abordagens e facilita o encontro.  Entretanto, por mais modernas que sejam: páginas na Web, vídeo conferências, CD roons interativos, revistas on-line e universidades virtuais, não eliminam, nem minimizam a necessidade de ações simples como: 
• Fazer acontecer; 
• Passar do mecânico ao biológico; 
• Dinamismo; 
• Interdisciplinaridade; 
• Universalização; 
• Utopia (como sonho possível é ela que carrega dentro de si o campo histórico das múltiplas possibilidades, o otimismo, a liderança dos homens que rompem os limites do seu tempo e o fazer permanente dos homens e mulheres que, por vezes, usando apenas as mãos e o coração, tecem a vida de forma simples e nos ensinam que é preciso bem pouco para ser feliz). 
 Pode-se dizer que educar no contexto da realidade atual exige competência, classe mundial com domínio das novas tecnologias educacionais e muita criatividade e ao mesmo tempo, a manutenção de uma mente aberta a todas as mudanças. 
É necessário que o educador tenha capacidade de selecionar e readaptar-se ao  novo,  ser  ousado,  ser  capaz  de  saltar  para  o  desconhecido,  afirmando  o  viver evolutivo,  ousar  reivindicar,  atrevidamente,  essa  é  uma  das  condições  de  seres eretos, destinados à inteiração uns com os outros.  
É promissor constatar que um número progressivo de indivíduos, das mais diversas origens, culturas e ocupações, está abrindo os olhos, despertando e conspirando pela renovação consciente de nossos horizontes. Não será um bom tempo para  os  insensíveis,  sonolentos  e  arrogantes  proprietários  das  velhas certezas?
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Atualmente há necessidade de estar atento e buscar reflexões mais aprofundadas sobre quem educa o educador?  
A resposta, como todo ato em Educação, não é simples, pois se sabe que os cursos de graduação, na busca de “qualidade de ensino”, privilegiam esta ou aquela teoria, esta ou aquela tendência pedagógica, com metodologia e características próprias, deixando muito a desejar no processo de formação.  Muitas vezes, a discussão maior  do  ato  educativo promove condicionamentos  que  interferem  nos  papéis  desempenhados  pelos professores e que recaem de forma desestimuladora nos alunos. 
Não existe receita mágica, assim como não se muda nada e nem ninguém de um dia para o outro. O importante é a busca constante do saber, tendo consciência de que a educação é construída ao longo da vida e como dizia Paulo Freire “o homem é um ser inacabado”, sendo assim, todo professor que tem essa consciência de ser inacabado está sempre em busca de novos conhecimentos para ressignificar a sua identidade e, sobretudo, a sua prática.
REFERÊNCIAL BIBLIOGRÁFICO
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CREMA, Roberto.  Saúde e Plenitude:  Um  Caminho  para  o  Ser.  São Paulo: Summus,1995.   
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985. 
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Lisboa: Unesco/Edições ASA. 1996. 3 “Códigos da Modernidade” de José Bernardo 
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MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti.  Ensino: As Abordagens do Processo.  São Paulo: EPU, 1986. 
RIOS, Terezinha Azeredo. Compreender e ensinar: por uma docência de qualidade. 3 ed. São Paulo: Cortez, 2002. 
THURLER, Mônica Gather.  As competências para ensinar no século XXI.  A formação dos professores e o desafio da avaliação. Porto Alegre: Artmed, 2002. 
 
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Assunto: Albert Einstein http://www.virtual.epm.br/material/tis/enf/apostila.htm 
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