quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

A DOCÊNCIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

1- TEMA: Planejamento de ensino: “o pensar e o atuar docente”



2- REVISÃO DE LITERATURA

 BRASIL. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília MEC/SEF, 1998.
 LUCKESI, Cipriano C. Planejamento, Execução e Avaliação no Ensino: a busca de um desejo. In: Avaliação da Aprendizagem Escolar. São Paulo: Cortez, 1995.

 MACHADO, Maria Lúcia de A – Educação Infantil e currículo: A especificidade do projeto educacional e pedagógico para creches e pré-escolas.

 OSTETTO, LucianaEsmeralda. Planejamento na Educação Infantil; mais que a atividade, a criança em foco. In: OSTETTO, L.E. (org.) Encontros e encantamentos na educação infantil: partilhando experiências de estágios. Campinas, SP: Papirus, 2000.

 OSTETTO, Luciana Esmeralda. Educar e cuidar: questões atuais sobre educação infantil no Brasil. São Paulo: Cortez. 2002.

 THOMÁS, Mónica Diniz et alii: Projeto de trabalho definindo a intencionalidade do professor.

 VASCONCELLOS, Celso S. Processo de Mudança da Prática Educacional. São Paulo: Libertad, 1997 (Série Textos de Aprofundamento - 1).

 WEFFORT, Madalena Freire: Observação, registro, reflexão: Instrumentos Metodológico.





3- PROBLEMAS:
 Crianças hiperativas, levadas ou sem limites?
 Crianças individualistas ou egocêntricas?
 Crianças agressivas ou com mudanças comportamentais?
 Falta de um planejamento que atenda às necessidades dos alunos, respeitando as suas diferenças individuais?

4- HIPÓTESES:

A falta de um planejamento que atenda às necessidades dos alunos, respeitando as suas diferenças individuais, pode está contribuindo para a falta de limites, o individualismo e a agressividade?

5- JUSTIFICATIVA
Atualmente o “como planejar” um trabalho educativo para crianças pequenas é uma busca constante e deve vir alicerçada em parâmetros constitucionais. Tanto creches quanto pré-escolas, como instituições educativas, têm uma responsabilidade para com as crianças pequenas, seu desenvolvimento e sua aprendizagem, o que
requer um trabalho intencional e de qualidade. (Ostetto, 2002, p. 175).
O objetivo principal do planejamento é possibilitar um trabalho mais significativo e transformador na sala de aula, na escola e na sociedade. O plano escrito é o produto deste processo de reflexão e decisão. Não deve ser feito por uma exigência burocrática, mas, ao contrário, deve corresponder a um projeto-compromisso do professor, tendo, pois, suas marcas.
A finalidade do plano é criar e organizar o trabalho. Para tanto, deve ser: objetivo, verdadeiro, crítico e comprometido. (Vasconcellos, 1995, p. 60).
Desta forma, o registro do planejamento é alvo de muitas dúvidas, incertezas e possibilidades.
Com a preocupação na busca da qualificação no trabalho desenvolvido com crianças pequenas, o registro do planejamento pode e deve ser um instrumento norteador para o educador infantil.
Ostetto (2002) traz alguns questionamentos acerca desse registro: Como sistematizar ou registrar no papel o planejamento? Como registrar a riqueza do cotidiano? O que priorizar neste registro? As questões mencionadas pela autora freqüentemente povoam as mentes dos educadores que, angustiados buscam o “modelo” ideal para, assim, “registrar” e “fazer” o melhor planejamento. Porém, o registro do planejamento não é uma ficha a ser preenchida ou uma listagem de atividades para serem assinaladas conforme o realizado em sala de aula no dia a dia.
Planejar é essa atitude de traçar, projetar, programar, elaborar um roteiro para empreender uma viagem de conhecimento, de interação, de experiências múltiplas e significativas para com o grupo de crianças.
Planejamento pedagógico é atitude crítica do educador diante de seu trabalho docente. Por isso não é uma forma! Ao contrário, é flexível e, como tal, permite ao educador repensar, revisando, buscando novos significados para sua prática pedagógica. (Ostetto, 2002, p. 177).
Toda ação educativa é marcada pela intencionalidade. O registro marca o delineamento dessa ação educativa e permite melhor organização da práxis docente. Ostetto (2002) nos traz alguns “modelos” de registro mais utilizados na Educação Infantil:
5.1) Planejamento baseado em listagem de atividades: baseia-se em preencher o tempo das crianças com atividades organizadas para cada dia da semana. Ex: 2ª feira - Recorte e colagem; Jogos recreativos; Música com gestos; Confecção de dobraduras. Neste tipo de planejamento está privilegiada a “hora da atividade”, a rotina, mais ligada aos cuidados de higiene, alimentação. Implicitamente, aparece nesta ação educativa uma concepção de criança passiva, sem necessidades específicas, submissas ao atendimento do adulto, sem voz nem vez. Neste sentido, a instituição educativa revela-se assistencialista, como espaço de cuidados, onde a criança fica para passar o tempo, enquanto os pais vão trabalhar.
5.2) Planejamento baseado em datas comemorativas: privilegia o calendário. Selecionam-se algumas datas consideradas importantes para a criança. Esse trabalho está marcado pela fragmentação dos conhecimentos, pois cada semana o professor trabalha uma data que não tem nada a ver com a outra, ainda superficialmente e descontextualizada. O professor, muitas vezes, desconhece a verdadeira história que existe por detrás destas datas, datas estas que muitas vezes foram destacadas em favor de princípios que ele afirma combater. Ostetto (2002) afirma, essa perspectiva é tediosa, não amplia o repertório cultural da criança. Massifica e empobrece o conhecimento, menospreza a capacidade da criança.
5.3)Planejamento baseado em aspectos do desenvolvimento – privilegia os aspectos do desenvolvimento físico-motor, afetivo, social e cognitivo. Entra em ação a preocupação com as especificidades da criança, caracterizando-a nos parâmetros da psicologia do desenvolvimento. Esse tipo de planejamento parte de um padrão universal de desenvolvimento, desconsiderando as características diferenciadas das crianças, determinadas pelo seu contexto sócio-cultural. Essa proposta evolui em relação às anteriores, por considerar a criança e seu desenvolvimento o ponto de partida, porém peca ao minimizar aspectos políticos e sociais.
5.4) Planejamento baseado em temas (tema integrador, tema gerador, centros de interesse, unidades de experiência) – neste formato, o tema é o eixo que conduzirá o trabalho. Existe preocupação com o interesse da criança, sua realidade, suas necessidades e questionamentos. Os temas podem ser escolhidos pelo professor ou emergirem de algo significativo que o grupo vivenciou. Partindo do tema, são previstas atividades relacionadas ao estudo do conteúdo em questão. O grande questionamento sobre esse tipo de planejamento é o “tema” não servir como “pretexto” para o professor fazer listagem de atividades, pois estas devem estar articuladas entre si e serem significativas. Outro aspecto é toda a instituição limitar-se ao trabalho fechado impondo o mesmo tema para todas as idades.
5.5) Planejamento baseado em conteúdos organizados por áreas de conhecimento – tendência muito evidente nos últimos anos, relaciona-se com a defesa da pré-escola como espaço pedagógico e, portanto, lugar de conhecimento. Esse tipo de planejamento traz maior consistência ao trabalho com os temas, as atividades previstas devem pertencer às áreas do conhecimento favorecendo em parte a ampliação dos conhecimentos da criança.
5.6) Planejamento por projetos – O projeto traz a idéia de horizonte, de leitura de grupo, podendo incluir o trabalho com qualquer grupo de crianças, sendo que para cada grupo um específico e único projeto, articulando-se somente em princípios e itens gerais. Tanto para bebês quanto para crianças maiores, o projeto seria viável considerando, entretanto, conteúdos diferenciados, conforme suas próprias características. O projeto deve ter como base a observação do grupo de crianças e seus interesses. Estrutura-se contemplando alguns itens básicos. Aqui o educador delineia, a partir de uma séria e intensa pesquisa, as possibilidades de trabalho, os assuntos a serem estudadas, as situações a serem propostas e as atividades a serem realizadas.
Há certa preocupação quanto ao registro do planejamento e como este acontece. Planejar junto às crianças é fundamental, porém, o professor deve ter claro “o que quer” para com as crianças; interagindo e propondo uma organização de espaço e tempo. Desta forma, devemos considerar as características sócio-culturais do grupo, as várias linguagens e formas de expressão, os instrumentos e recursos necessários para que as crianças possam viver e re- inventar nossa sociedade e perceber melhor o mundo do qual faz parte. Assim sendo, o processo de ensino-aprendizagem se fará presente na intencionalidade pedagógica do professor, e o brincar no contexto da Educação Infantil ganhará significado.
Quando há ausência de intencionalidade pedagógica não é evidenciado o papel do educador interagindo e mediando as atividades e brincadeiras do grupo. Sendo que ela não se insere no planejamento. Apesar de considerar a importância da participação das crianças no processo de planejamento, fica evidente uma confusão teórica ou falta de entendimento do tema por parte do professor.
Analisando o discurso e o existente na realidade das escolas, fica claro uma contradição entre o dizer e o fazer.
O planejamento conjunto, entre os educadores é muito valioso, favorece a troca de idéias e experiências e também facilita o olhar atento às crianças, contribuindo para um melhor planejamento.
Em se tratando da escola em questão, deparou-se, também, com a questão da falta de supervisão e interferência da instituição quanto ao registro do planejamento. Verifica-se que há uma falta de acompanhamento mais sistemático e acima de tudo qualificado, com a interferência positiva da instituição, no sentido de auxiliar as professoras a entenderem melhor o processo do planejamento e registro.
Apesar da percepção que a professora-supervisora e a gestora da escola têm sobre a proposta dos PCN’s para a Educação infantil, necessário se faz efetivar a proposta municipal de Educação Infantil, revertendo o quadro da falta de planejamento, unindo todos da escola, num movimento de busca qualitativa do conhecimento.
Para a organização da proposta de Estágio Supervisionado na Educação Infantil, foi proposto pela FACEB/IBPAC um planejamento por projetos.
Com base na observação e na pesquisa realizada com os alunos, pais, professora-supervisora e gestora o projeto visa delinear, a partir de uma série e intensa pesquisa, as possibilidades de trabalho, os assuntos a serem estudados, as situações a serem propostas e as atividades a serem realizadas.
A proposta para um planejamento que atenda às necessidades dos alunos, respeitando as suas diferenças individuais se pauta na rotina diária que é o desenvolvimento prático do planejamento.
Uma rotina adequada é um instrumento construtivo para a criança. Ela permite que a criança construa sua independência e autonomia, além de estimular sua socialização.
Assim, para organizar essas atividades é necessário levar em consideração três diferentes necessidades das crianças:
1. As necessidades biológicas
2. As diferenças individuais e
3. As necessidades sociais e históricas que dizem respeito à cultura e ao estilo de vida de cada uma.
A rotina que nunca muda torna o trabalho do professor monótono e pouco interessante para seus alunos. Por isso, é importante que o professor faça uma sondagem do que os alunos já sabem sobre os conhecimentos a serem desenvolvidos.
Em geral, o plano de aula do professor assume a forma de um diário ou de um semanário.
Cabe à escola planejar situações para ajudar as crianças a organizarem melhor suas informações e as estratégias que contribuem para solucionar as situações-problemas que acontecem no cotidiano.
O planejamento deve ser ativo e dinâmico, porque envolve operações mentais como: analisar, prever, selecionar, definir, estruturar e organizar. Enfim, planejar é refletir, é prever, é criar, é agir, não podendo ser estático e rígido. Planejamento criterioso e flexível são normas que não se contradizem e visa tornar o trabalho mais eficiente, ajustando-o às necessidades dos educandos.
Portanto, a rotina atua como organizadora das experiências do cotidiano das crianças na instituição escolar. O professor deverá envolver as crianças no planejamento da rotina diária, buscando interagir o grupo na proposta de uma organização de espaço e tempo, atendendo aos seus interesses, ou seja, à visão de mundo que elas têm.
A formação competente dos alunos depende diretamente da qualidade de cada uma das aulas que estão sendo dadas. A qualidade de cada uma destas aulas depende diretamente do empenho do professor no seu preparo, na sua execução e na sua avaliação.
Os planos de ensino, atualmente não devem ser preparados com Bse no que se quer ensinar, mas naquilo que o aluno deve aprender.
6- OBJETIVOS:
• Evitar improvisação;
• Construir coerência entre o proposto e o viável;
• Analisar os objetivos e os procedimentos;
• Estabelecer um tempo para o desenvolvimento do projeto;
• Retirar os elementos e as questões para o planejamento semanal e diário;
• Ser funcional, para ajudar o educador a efetivar-se na orientação do seu fazer pedagógico cotidiano;
• Organizar situações significativas como: tempo, espaço, recursos, registros e avaliação;
• Exercitar o olhar atento;
• Escutar com comprometimento os desejos e as necessidades do grupo revelado em seus gestos, falas, expressões e em suas linguagens.
• Elaborar uma rotina flexível para atendimento das necessidades individuais das crianças.
• Permitir ir mais e mais além, no ritmo da relação que se deve construir com o grupo de crianças;
• Programar e re-programar as atividades de acordo com o desenvolvimento e o acompanhamento das crianças;

7- CONTEÚDOS:
7.1 - CONCEITUAIS:
Trata-se do conhecimento, conceitos, fatos e princípios = aprender a conhecer.
* Os conteúdos conceituais referem-se à construção ativa das capacidades para operar com símbolos, idéias, imagens e representações que permitem atribuir sentido à realidade. Desde os conceitos mais simples até os mais complexos, a aprendizagem se dá por meio de um processo de constantes idas e vindas, avanços e recuos nos quais as crianças constroem idéias provisórias, ampliam-nas e modificam-nas, aproximando-se gradualmente de conceitualizações cada vez mais precisas.
7.2 – PROCEDIMENTAIS:
É o “saber fazer”.
* A aprendizagem de procedimentos está diretamente relacionada à possibilidade de a criança construir instrumentos e estabelecer caminhos que lhes possibilitem a realização de suas ações. No que se refere à educação infantil, saber manipular corretamente os objetos de uso cotidiano que existem à sua volta, é um procedimento fundamental, que responde a necessidades imediatas para inserção no universo mais próximo. É o caso de vestir-se ou amarrar os sapatos, que constituem-se em ações procedimentais importantes no processo de conquista da independência. Dispor-se a perguntar é uma atitude fundamental para o processo de aprendizagem. Da mesma forma, para que as crianças possam exercer a cooperação, a solidariedade e o respeito, por exemplo, é necessário que aprendam alguns procedimentos importantes relacionados às formas de colaborar com o grupo, de ajudar e pedir ajuda.
7.3 - ATITUDINAIS:
Tratam dos valores, das normas e das atitudes. Conceber valores, normas e atitudes como conteúdos implica torná-los explícitos e compreendê-los como passíveis de serem aprendidos e planejados.
Cada documento de eixo contém orientações didáticas gerais e as especificas aos diversos blocos de conteúdos. Nas orientações didáticas gerais explicitam-se condições relativas à: princípios gerais do eixo; organização do tempo, do espaço e dos materiais; observação, registro e avaliação.
Cada uma dessas aprendizagens exige uma rotina, pois não ocorrerão de forma espontaneísta ou mágica, por isso a necessidade de escolha de uma metodologia que operacionalize as estratégias selecionadas, adequadas aos objetivos e aos conteúdos do objeto de ensino e principalmente aos interesses e capacidades dos educandos.

9- RECURSOS:
9.1- MATERIAIS: caderno, lápis, borracha, lápis de cor, folhas de papel jornal, garrafas pet, tesoura sem ponta, durex colorido, caixa enfeitada com um espelho dentro, papel kraft, canetinha, pincel atômico, folhas xerocadas e mimeografadas, cartolina preta, cola, palito de dentes, papel salofone preto, corretivo líquido, panfletos, livro de fábulas, papel emborrachado, massinhas para modelagem, ficha individual com o nome de cada aluno, espelho grande na parede.
9.2- TECNOLÓGICOS: aparelho de DVD, televisão, vídeo e máquina fotográfica, DVD do filme do Pica-Pau, DVD da fala do agente de saúde e dos cuidados que devemos ter com o piolho.
9.3- HUMANOS: alunos, professor-supervisor e aluna estagiária.

10- AVALIAÇÃO
• Análises e discussões periódicas sobre o trabalho pedagógico.
• Observações e registros sistemáticos
• Utilização instrumentos de registro das aprendizagens das crianças.
• Construção de um olhar global sobre a criança
10.1- Hábitos e Atitudes:
• Está sempre atento na sala de aula
• Relaciona-se bem com os colegas e professores.
• Ouve com atenção e espera a sua vez de falar.
• Faz a tarefa com capricho e é pontual na sua entrega
• Porta-se no momento da merenda e higiene.
• Colabora com a limpeza da sala de aula.
• É cuidadoso com o material escolar.
• Confia nas tarefas que realiza.
• Comporta-se bem nas atividades desenvolvidas.
• A conversa está interferindo no rendimento.
• Divide os brinquedos com os colegas
10.2- LINGUAGEM
• Entende bem o que lhe é falado.
• Expressa-se com clareza.
• Articula bem as palavras.
• É desinibido e gosta de participar das atividades musicais e teatrais.
• Dialoga sobre suas vivências espontaneamente.
• Na hora da história, está disposto a ouvir e participar.
• Desenvolvimento Cognitivo:
• Apresenta bom raciocínio matemático.
• Tem facilidade em compreender as noções matemáticas.
• Compõe quebra-cabeça.
• Consegue concentrar-se na realização das atividades.
• Demonstra interesse e criatividade na execução dos trabalhos.
• É responsável na execução das atividades.
10.3- Desenvolvimento Psicomotor:
• Consegue movimentar-se bem (pular, correr, saltar, arrastar...).
• Quando modela cria formas diferentes.
• Apresenta boa motricidade fina (recortar, pintar, colar...).
• Tem consciência do seu corpo e consegue expressar-se graficamente.
• Orienta-se bem no espaço e tempo.



11 – ANÁLISES CRÍTICA DOS RESULTADOS
Durante o período de observação elaborou-se uma sondagem, principalmente com os alunos envolvidos no projeto, com o objetivo de entender o que os alunos já sabiam sobre os conhecimentos desenvolvidos. Desta forma obteve resultados para a elaboração do tema do projeto em construção buscando contemplar os interesses dos alunos e adequando-os à rotina diária, ou seja, aos instrumentos construtivos para atender as demandas das suas necessidades, procurando construir sua identidade e autonomia e, assim, estimulando a interação entre os grupos e, consequentemente, a socialização.
O tema escolhido tem como base o Planejamento de Ensino com foco no pensar e no atuar docente, buscando uma rotina diária pautada num planejamento criterioso, flexível, preparado com base naquilo que o aluno quer e deseja aprender.
O cronograma de atividades desenvolvido e organizado utiliza de estratégias envolvendo os temas transversais e a interdisciplinaridade, busca metodologias condizentes com os conteúdos a serem desenvolvidos de acordo com a organização pré-estabelecida pela escola (dia de vídeo, dia de brincar no parquinho, dia de trabalhos com psicomotrocidade) e com a organização do referencial curricular nacional para a educação Infantil: Formação Pessoal e Social e Conhecimento de mundo.
a) Formação Pessoal e Social: cuidados, jogos e brincadeiras, identidade e autonomia.
b) Conhecimento de Mundo: linguagens: musical, teatral, visual, verbal, natureza e sociedade e Matemática.
Na medida em que o cronograma das atividades foi sendo organizado verifica a construção entre as atividades propostas e as atividades viáveis e considera a disponibilidade dos recursos materiais, tecnológicos e humanos, analisa os objetivos propostos e os procedimentos adequados para viabilização.
O tempo estipulado para o desenvolvimento do projeto contribui para a organização das situações significativas como: tempo, espaço, recursos, registros e avaliações e efetiva as orientações do fazer pedagógico do educador de forma mais funcional no atendimento das expectativas do cotidiano escolar. A flexibilidade da rotina diária é levada em consideração na busca de escutar com comprometimento os desejos e as necessidades dos alunos. Exercita o olhar atento do educador para os gestos, as falas, as expressões e linguagens reveladas no grupo.
Quando se estabelece o tempo para aplicações metodológicas considera-se, também, o ritmo dos alunos. Há consciência da heterogeneidade da turma e do atendimento individual, portanto vê-se uma preparação para re-programação das atividades baseadas no desenvolvimento e no acompanhamento das crianças.
O planejamento traz como percepção a realização de atividades que evita as improvisações, de modo a comprometer-se com o processo ensino-aprendizagem em que se faz presente a intencionalidade pedagógica do educador, contextualizada a Educação Infantil como forma de interação entre atividades, jogos, brincadeiras e músicas, que envolve o aluno na percepção do mundo do qual faz parte.
A variedade dos temas transforma a rotina, antes monótona, para uma rotina interessante, dinâmica, que busca a interação dos alunos num movimento de busca qualitativa através do seu conhecimento prévio e da construção do raciocínio lógico dedutivo.
Mesmo sem espaço no pátio há possibilidade da realização de todas as atividades propostas no espaço da sala de aula.
Quanto à indisciplina verifica uma pequena amenização. Nota o interesse e a participação dos alunos nas atividades propostas, bem como a motivação. Convidados a participarem, ativamente, das aulas procuram dar respostas, expressam-se através dos contos e recontos de história, participam das brincadeiras propostas e têm oportunidades de revelarem os seus sentimentos através de dinâmicas utilizadas, neste caso: “o tesouro”.
Esclarece, no entanto, que as crianças com distúrbios comportamentais aderem ao projeto e concretizam as atividades planejadas, porém nota-se a necessidade de intervenções, às vezes individualizadas.
Vê-se que ao longo das aulas, os objetivos ora estabelecidos vão sendo concretizados, alguns de forma espontânea e outros através da mediação do professor.
Os alunos, de forma geral, compreendem as propostas apresentadas e participam com interesse, observação, percepção, interação e desenvoltura. Trabalham ativamente.
As atividades desenvolvidas durante o projeto foram avaliadas e registradas, tornando parte integrante da pasta de acompanhamento e desenvolvimento do educando.

12 – CONCLUSÃO
A apresentação do aluno estagiário à escola de Educação Infantil para concretização da proposta do Estágio Supervisionado deu-se através da diretora. Não há por parte do aluno uma preferência pelo período onde concretizará o projeto, por isso dirige a pergunta: “o que no momento a escola está necessitando em termos de ensino-aprendizagem”? Disponibiliza-se para o trabalho há interesse da escola. Deixa claro que por trás de uma aluna estagiária há todo um corpo docente preparado para ajudar a escola no que for necessário.
A diretora não teve dúvida ao apontar que a turma que naquele momento estava necessitando de um reforço especial era a turminha do 1º período, turno vespertino, da professora Rogenilda.
Aceita a proposta da diretora, o aluno estagiário dirige-se até à turma designada para começar a fase de observação.
A princípio há o espanto com a indisciplina e a agressividade. Nota que os alunos permaneciam por muito tempo sem atividades e com o passar do tempo verifica-se que as atividades não se diferenciavam, tornando a rotina cansativa. A ludoterapia não tinha espaço na organização da rotina.
A escola dispunha de todo tipo de material para a realização de um trabalho dinâmico e interessante, apenas não possuía espaços necessários para desenvolvê-lo.
Conclui, então, que a indisciplina e a agressividade poderiam estar ligadas a uma atuação inadequada em sala de aula. Não adianta exigir dos alunos o cumprimento das tarefas se a estratégia de ensino e o tema não condiziam com as suas necessidades e interesses. O resultado, obviamente, é o tédio que leva os alunos a buscar algo mais interessante para fazer, e isso é confundido como indisciplina. O que se espera da escola é conhecimento. E é isso que poderá fazer com que o aluno respeite o ambiente à sua volta.
De nada adianta o professor irritar-se, gritar e castigar aqueles que não se comporta como ele quer. Essas atitudes são autoritárias e retrógradas. Na tentativa de impor disciplina e submissão, a revolta do aluno aparece.
O mundo, hoje, é outro e tentar conquistar autoridade utilizando essas técnicas, não se sustenta mais.
O papel do professor nessa interação é conhecer como se processa a aprendizagem do aluno e, com base nessa compreensão planejar as aulas, tendo segurança sobre o conteúdo a ser trabalhado. Esse planejamento pode valer para manter a disciplina e para chegar ao objetivo final: fazer com que todos aprendam.
Nota-se, porém, que para a realização do projeto de atuação da docência, há uma investigação através de entrevistas aplicadas aos alunos. Através desta foi possível organizar uma rotina que atende aos interesses dos educandos, diversificando metodologias, na busca da interação entre os alunos por diferentes redes e ferramentas.
O planejamento diário teve como objetivo construir um ambiente cooperativo no qual os alunos obtivessem liberdade para se expressarem, que fossem respeitados e aprendessem a respeitar, levando-os a construir naturalmente um comportamento adequado, sem medo e sanções.
Sem dúvida essa perspectiva não exime o professor de exercer sua autoridade moral e intelectual, mas nunca autoritária. É preciso consciência de que conflitos vão ocorrer sempre e que as armas do professor para apaziguar essa situação estão no conhecimento do seu aluno, da sua vivência e nas atitudes de sabedoria para um planejamento eficiente, eficaz que respeite as necessidades e os interesses dos educandos.

13 – REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
 BRASIL. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília MEC/SEF, 1998.
 LUCKESI, Cipriano C. Planejamento, Execução e Avaliação no Ensino: a busca de um desejo. In: Avaliação da Aprendizagem Escolar. São Paulo: Cortez, 1995.

 MACHADO, Maria Lúcia de A – Educação Infantil e currículo: A especificidade do projeto educacional e pedagógico para creches e pré-escolas.

 OSTETTO, LucianaEsmeralda. Planejamento na Educação Infantil; mais que a atividade, a criança em foco. In: OSTETTO, L.E. (org.) Encontros e encantamentos na educação infantil: partilhando experiências de estágios. Campinas, SP: Papirus, 2000.

 OSTETTO, Luciana Esmeralda. Educar e cuidar: questões atuais sobre educação infantil no Brasil. São Paulo: Cortez. 2002.

 THOMÁS, Mónica Diniz et alii: Projeto de trabalho definindo a intencionalidade do professor.

 VASCONCELLOS, Celso S. Processo de Mudança da Prática Educacional. São Paulo: Libertad, 1997 (Série Textos de Aprofundamento - 1).

 WEFFORT, Madalena Freire: Observação, registro, reflexão: Instrumentos Metodológico.

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